Considerado um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil, o polo petroquímico de Cubatão, cidade industrial na Baixada Santista, Litoral Sul do estado de São Paulo, foi batizado nos anos 80 como “Vale da Morte” por jornais americanos. Hoje um exemplo de recuperação ambiental e de como o processo analítico de efluentes é relevante para o meio ambiente e a sociedade, o polo segue em atividade, e a recuperação dos arredores é inegável.
Como tudo aconteceu
Foi na década de 50, no mandato de Juscelino Kubitschek, que o processo de industrialização de Cubatão, até então uma cidade bastante preservada, cercada de mata Atlântica, começou. A localização privilegiada, estando a poucos quilômetros de São Paulo, cidade com grande poder econômico, e ainda mais perto do Porto de Santos, o maior da América Latina, foi determinante para que a cidade fosse escolhida para abrigar um dos maiores centros industriais do estado.
A expansão foi acelerada e poucos anos depois, Cubatão já contava com refinarias, siderúrgicas, indústrias de fertilizantes e produtos químicos. Porém, como pode se imaginar levando em conta a agilidade do processo de industrialização, a construção foi feita de maneira invasiva, desmatando grande parte da região e sem o devido cuidado com o que viria depois de as indústrias estarem em funcionamento.
À época, essa não era uma preocupação, principalmente quando a cidade passou a ser responsável por 2% de toda exportação realizada no país. Mas os anos se passaram e os efeitos começaram a se tornar cada vez mais perigosos.
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As indústrias passaram a eliminar poluentes de maneira desenfreada, sem análise de componentes químicos, deixando o ar denso, os lençóis freáticos contaminados, toda a população em perigo, a vida animal e vegetal seriamente ameaçada. O solo também foi contaminado, e chuvas ácidas e deslizamentos da Serra do Mar, que fica ao redor da cidade, foram reportados.
Em 1981, uma equipe de reportagem expos para o mundo o que ocorria no polo industrial de Cubatão e o apelido “Vale da Morte” surgiu e ganhou o globo.
A recuperação e o trabalho analítico
É importante lembrar que todo o processo de construção das indústrias em Cubatão aconteceu antes da Lei de Controle de Poluição do Estado de São Paulo entrar em vigor, no ano de 1976. Com a legislação atual, nada disso seria permitido.
Mas relembrar a história de Cubatão é uma forma de compreender melhor a importância do processo analítico e, claro, relembrar os erros para que eles não voltem a ocorrer.
De acordo com a CETESB(Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo), 30 mil toneladas de poluentes eram lançadas por mês no ar da cidade. O trabalho de recuperação da região começou em 1983, quando os danos graves à saúde humana começaram a ser vistos (má formação, morte neonatal, muitas foram as consequências).
O trabalho de recuperação da região começou pelo ponto chave: conter a emissão de materiais tóxicos. E foi aí que o trabalho analítico foi essencial. Foi necessário avaliar os efluentes gasosos das indústrias, como o monóxido e dióxido de carbono e os óxidos nítricos e de enxobre, entre outros, além de detectar partículas dos tipos PM10 e o PM2,5, que se diferenciam pelo tamanho das partículas poluidoras. Quanto mais finas (como as PM2,5), mais prejudiciais para a saúde.
O plano de controle incluiu a colocação de sistemas de filtragem e remoção de parículas nas chaminés das indústrias, frequente avaliação dos equipamentos e descartes, despoluição dos rios e reflorestamento. Em 1989, as fontes poluentes estavam controladas e o processo de recuperação ambiental do entorno segue até os dias de hoje.
Atualmente a qualidade do ar de Cubatão é monitorada 24 horas por dia e cientistas do Brasil e do mundo utilizam os aprendizados na região para embasar novas pesquisas, muitas delas inclusive realizadas na própria cidade. Vale lembrar que Cubatão não está livre de novos acidentes ambientais, assim como qualquer polo industrial, mas o monitoramento constante, a qualificação dos equipamentos e a analítica empregada do início ao fim dos processos são vitais para evitá-los.
Analisadores de gases Industriais no dia a dia das indústrias
Como já falamos anteriormente aqui em nosso blog, empresas que emitem gases poluentes precisam acompanhar e controlar seus níveis de emissão para preservar a natureza, a saúde e o caixa da empresa. Isso porque, além de prejudicial ao meio ambiente e ao ser humano, a emissão descontrolada de gases e líquidos, poluentes ou não, impacta em toda a sua cadeia produtiva e, uma vez identificado pelas autoridades, geram multas, nas suas devidas proporções.
Por isso, quando falamos que analisadores industriais são indispensáveis e impactam toda a indústria, não estamos exagerando… nem tão pouco supervalorizando um setor que é, de fato, essencial para o sucesso de uma companhia. Não acompanhar seus processos pode gerar prejuízos em efeito cascata e comprometer drasticamente todas as áreas da empresa.Para entender melhor o que são analisadores de gases, confira esse nosso artigo: Analisadores de gases industriais: entenda o setor indispensável para a indústria