Algo que muitas pessoas não sabem é todo o caminho que precisamos percorrer para que possamos entregar aos nossos clientes o produto ideal para a demanda que apresentaram. Vamos falar sobre o passo a passo do desenvolvimento de produtos?
O desenvolvimento de uma aplicação, seja ela de um analisador de gases, líquidos ou um sistema de análise, começa na primeira conversa com o cliente. É ali que serão definidos traços importantes para o desenvolvimento de produtos, como, por exemplo, se poderá ser mais arrojado ou se deverá ser conservador, baseado no custo esperado, bem como na sua própria característica.
A observação da unidade onde o sistema de análise e/ou analisador será instalado e a dinâmica operacional do cliente e da fábrica também fazem parte do desenvolvimento, afinal, não podemos oferecer um carro para se andar em uma ciclovia! Mas, podemos desenvolver um carro que caiba na ciclovia, se este for o plano!
Após a coleta de dados do projeto, a segunda fase vem com a elaboração de proposta, onde são estudados todos os documentos apresentados pelo cliente, todas as facetas e dinâmicas da aplicação, junto ao local de instalação, processo que atenderá, enfim, todos os detalhes para que possamos definir os materiais necessários e mais adequados para o desenvolvimento e montagem do sistema de análise atendendo aos requisitos do processo e dos analisadores de gases
É nessa fase também que o esboço do projeto é feito! Esse pré-projeto deve conter a ideia geral do que será desenvolvido e uma estimativa de custos, que é a base da precificação. E aí, é hora de aguardar!
“Fomos contemplados com o projeto!”
Após os 15 minutos de felicidade começam as muitas horas de dedicação. Tudo tem que ser pensado: Onde instalaremos este analisador? Onde colocaremos esta identificação? Se eu colocar esta válvula aqui, por onde vai passar o tubo? Se o tubo passar por aqui, por onde passará a elétrica?
Da estrutura do sistema de análise, que deve ser resistente, de qualidade e aguentar o peso de todos os instrumentos e analisadores de gás, passando por cada um dos componentes em suas nuances – como coeficiente de vazão, pressões máximas e mínimas de trabalho, gramatura dos filtros, tipo de material -, cada milímetro deve ser pensado antes da compra. O desenvolvimento dos desenhos e planos deve ocorrer sem falhas, na tradicional tentativa do: “Faça certo da primeira vez”.
Com tudo desenvolvido, os materiais são comprados e a montagem começa, sendo esta, a fase mais desafiadora do projeto, pois é quando vemos se o que o papel aceitou, será aceito pela realidade.
É mais ou menos como projetar uma casa e já na fundação descobrir que tem uma pedra enorme embaixo… surpresas acontecem no desenvolvimento de produtos e devemos estar preparados e ser criativos para saná-las.
O trabalho da disposição dos instrumentos, analisadores, conexões, e passagem dos tubos é chamado de “Trabalho de Relojoeiro”, prestígio este dado aos tubistas que, guiados por um bom projeto e por sua experiência, trabalham como os artesãos da relojoaria que encaixavam perfeitamente a caixa de engrenagem dos relógios, apresentando um trabalho limpo, impecável e 100% funcional.
Mas o trabalho não acaba aí. O sistema de análise ainda tem de ser instalado na unidade do cliente conforme projeto e todo o desenvolvimento, engenharia e montagem é posto à prova durante seu comissionamento.
Caso de sucesso
O desenvolvimento de produtos que nos inspirou a colocar no papel a nossa rotina foi o desenvolvimento de um sistema de análise para monitoramento e controle de produção de gases em diversos pontos de uma unidade de separação de gases do ar (ASU).
A unidade de separação de gases do ar é uma fábrica que produz, majoritariamente, nitrogênio, oxigênio e argônio, os três principais componentes do ar atmosférico, através da destilação a frio.
Captando grandes volumes de ar, estes são introduzidos no processo que comprime e resfria o ar em diversas etapas até a sua liquefação, que ocorre para cada um dos três componentes em temperaturas diferentes, muito abaixo de 0ºC.
Para tanto, o monitoramento de cada ponto do processo é essencial para garantir a separação bem-sucedida, bem como para sua segurança e para isso utiliza-se o painel de análise para controle de processos.
Neste caso, o sistema de análise é composto de aproximadamente 120 metros de linhas de amostra e mais de 60 instrumentos de medição e controle, distribuídos dentre 20 pontos de entrada de amostra e 8 analisadores de gases distintos e um tempo de análise muito rápido para mostrar ao operador, quase que instantaneamente, o que está acontecendo lá dentro da torre de destilação ou dos tanques de armazenamento. Todo o sistema de condicionamento e análise foi pensado para a maior confiabilidade operacional da planta, levando em consideração todos os requisitos do processo, bem como as solicitações do cliente.